Baixou de novo! Petrobras corta preço do diesel — e agora?
Diesel mais barato: Petrobras corta preço após queda do petróleo. Entenda o impacto no seu bolso e na economia brasileira.
Por: Lemo Oliveira
Queda do diesel segue movimento do mercado internacional
A Petrobras anunciou uma nova redução no preço médio do diesel nas refinarias, com queda de R$ 0,12 por litro, passando para R$ 3,43 a partir de sexta-feira. Essa é a segunda redução no mês de abril, refletindo a queda no valor do petróleo Brent no mercado internacional.
Desde o início do mês, o Brent caiu de aproximadamente 75 dólares para 65 dólares por barril, influenciado pelas novas medidas comerciais dos Estados Unidos, que reacenderam o temor de uma recessão global e consequente redução da demanda por combustíveis.
De acordo com o diretor financeiro da Petrobras, Fernando Melgarejo, a empresa realiza uma análise quinzenal dos preços. A decisão de ajustar o valor do diesel foi motivada principalmente pela queda do petróleo Brent, mantendo a metodologia atual de precificação baseada em fundamentos econômicos.
Apesar da queda expressiva do petróleo, o corte no preço do diesel foi de apenas R$ 0,12. Segundo Eduardo Melo, sócio da Raion Consultoria, havia espaço para uma redução de até R$ 0,30. A escolha de um corte menor revela uma estratégia conservadora da estatal, considerando que o preço do petróleo já começa a mostrar sinais de recuperação.
O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, solicitou publicamente que a Petrobras avaliasse um novo corte nos preços dos combustíveis. A intenção é contribuir para o controle da inflação no Brasil, um tema prioritário para o governo.
Com os dois cortes realizados em abril, a diferença entre o diesel nacional e o preço internacional foi eliminada. Segundo a consultoria StoneX, a Petrobras agora vende o diesel praticamente no mesmo valor do produto importado, o que reduz o risco de defasagem de preços no curto prazo.
Especialistas alertam que, caso o petróleo volte a subir e a Petrobras não acompanhe esse movimento, o preço interno poderá ficar abaixo do custo de importação. Isso colocaria em risco a viabilidade econômica das importações, especialmente considerando que mais de 20% do diesel consumido no Brasil é importado, conforme dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo).
Embora a redução do preço nas refinarias seja positiva, o repasse ao consumidor final nos postos de gasolina não é imediato. Esse processo depende de diversos fatores. Portanto, a queda pode levar alguns dias ou semanas para refletir nas bombas, mas tende a aliviar os custos logísticos e, indiretamente, os preços de transporte e fretes.