Conheça os maiores produtores de ouro do mundo.
A produção de ouro em 2024 segue como um indicador-chave da saúde econômica, da estabilidade financeira e da estratégia geopolítica de diversas nações. O ouro é um ativo único — ele não apenas preserva valor em tempos de incerteza, mas também serve como escudo contra a inflação, desvalorização cambial e instabilidades geopolíticas. Conhecer os maiores produtores do mundo oferece uma leitura precisa sobre os bastidores do mercado global e sobre as estratégias que cada país adota para se posicionar frente a riscos e oportunidades.
China – 380 toneladas
Com 380 toneladas em 2024, a China reafirma sua liderança como o maior produtor de ouro do mundo. A relevância chinesa, no entanto, vai além da quantidade extraída. O governo chinês está diversificando suas reservas internacionais e utilizando o ouro como uma ferramenta estratégica para fortalecer o yuan e reduzir a dependência do dólar americano. Essa prática ajuda a blindar a economia chinesa contra sanções e choques externos, ao mesmo tempo em que eleva o prestígio da moeda nacional nos mercados globais.
Para o investidor, acompanhar os movimentos chineses no mercado de ouro é fundamental. Isso porque a política monetária de Pequim, ancorada em compras maciças do metal, pode sinalizar oportunidades em ativos asiáticos ou ouro indexado, além de provocar efeitos na cotação global.
Rússia – 310 toneladas
A Rússia produz 310 toneladas de ouro por ano, e sua estratégia é clara: utilizar o ouro como ferramenta de independência econômica. Desde que o país passou a ser alvo de sanções ocidentais, o Banco Central russo intensificou a substituição de títulos do Tesouro americano por reservas em ouro físico.
Essa política de desdolarização tem implicações importantes no mercado financeiro internacional. O ouro russo não é apenas uma reserva de valor; é uma peça central no xadrez geopolítico. Para analistas e investidores, a movimentação russa é um lembrete de que commodities também podem ser utilizadas como instrumentos de soberania e segurança nacional.
Austrália – 290 toneladas
A Austrália mantém uma produção robusta de 290 toneladas, graças à sua geologia rica e à infraestrutura moderna de mineração. Minas como Kalgoorlie e Super Pit são exemplos da eficiência australiana, que combina produtividade, sustentabilidade e inovação.
O setor de mineração australiano é um exemplo mundial de como conciliar responsabilidade ambiental com rentabilidade. A extração de ouro no país é realizada com altos padrões de controle, o que a torna atrativa para investidores institucionais que priorizam ativos ESG (Ambiental, Social e Governança). Isso transforma a Austrália não só em um grande fornecedor, mas também em um benchmark global para operações mineradoras sustentáveis.
Canadá – 200 toneladas
Com 200 toneladas anuais, o Canadá é um dos principais players do ouro no Ocidente. O país se destaca por seu compromisso com a mineração limpa e por políticas públicas que incentivam práticas sustentáveis. Cerca de 70% da produção canadense vem das províncias de Ontário e Quebec.
A indústria canadense é uma referência global em tecnologia, regulamentação ambiental e governança. Como resultado, muitas empresas canadenses estão entre as mais valorizadas em ETFs de mineração no mundo. Isso faz do Canadá um destino ideal tanto para investimentos em ouro físico quanto para investidores que buscam exposição a empresas sólidas no setor mineral.
Estados Unidos – 160 toneladas
Com 160 toneladas produzidas em 2024, os Estados Unidos podem parecer discretos no volume, mas são potentes em reservas. O país detém mais de 8 mil toneladas em ouro, o maior estoque mundial, armazenado em locais como Fort Knox. Essa reserva serve como lastro da confiança na moeda americana e como elemento estratégico de defesa econômica.
Nos EUA, o ouro é mais que uma commodity: é parte da estrutura do sistema financeiro. As decisões do Federal Reserve envolvendo reservas de ouro e taxa de juros influenciam não apenas o dólar, mas também o mercado global de metais preciosos. Acompanhar esse movimento é crucial para entender as tendências de inflação, política monetária e comportamento dos investidores.
Cazaquistão – 130 toneladas
O Cazaquistão vem se firmando como uma potência emergente na Eurásia com uma produção de 130 toneladas. Sua geologia rica e pouco explorada atrai cada vez mais capital estrangeiro. Além disso, o país tem políticas de incentivo à mineração e uma posição geográfica estratégica entre a Europa e a Ásia.
Para investidores, o Cazaquistão representa uma oportunidade única de diversificação geográfica com alto potencial de crescimento. É uma aposta interessante para quem busca mercados promissores e menos saturados, com incentivos governamentais e segurança jurídica para investimentos externos.
México – 130 toneladas
Com os mesmos 130 toneladas, o México se destaca por seu ambiente regulatório flexível e custos operacionais competitivos. Isso o torna um destino atrativo para mineradoras internacionais, que encontram no país um excelente equilíbrio entre riqueza mineral e viabilidade econômica.
O México é ideal para quem busca participar do mercado de ouro em um ambiente estável e com fácil acesso ao comércio internacional, especialmente pela sua proximidade com os EUA e sua integração ao acordo USMCA. Esse cenário fortalece o México como um dos pilares da mineração nas Américas.
Gana – 130 toneladas
Gana se consolida como líder africano na produção de ouro, superando a tradicional África do Sul. O país alcançou 130 toneladas graças à privatização do setor, incentivos para investimentos estrangeiros e segurança jurídica.
O caso de Gana é particularmente interessante para investidores com foco em África, pois demonstra como um ambiente legal favorável e uma estratégia de longo prazo podem transformar uma economia baseada em commodities em um ecossistema produtivo e próspero. Gana hoje é símbolo de extração mineral responsável no continente.
Uzbequistão – 120 toneladas
Com 120 toneladas produzidas, o Uzbequistão é dono da impressionante mina de Muruntau, uma das maiores do mundo. Recentemente, o país tem se esforçado para atrair mais investimentos e modernizar sua infraestrutura de mineração.
Esse é um destino estratégico para empresas que desejam se posicionar em um mercado ainda pouco explorado, mas com potencial enorme de crescimento. A política de abertura econômica torna o Uzbequistão uma peça-chave na nova rota da mineração asiática.
Indonésia – 100 toneladas
A Indonésia é responsável por 100 toneladas de ouro, mas seu verdadeiro destaque está na mina de Grasberg, a maior do mundo em volume de ouro e a segunda em cobre. O país também é uma potência em outros recursos como níquel, carvão e estanho.
A Indonésia atrai atenção não só pela sua produção, mas pela sua estratégia de valor agregado. O governo está empenhado em reduzir exportações brutas e promover a industrialização local, criando oportunidades para investidores que buscam projetos de transformação mineral e cadeias produtivas completas.
África do Sul – 100 toneladas
Embora tenha perdido espaço para Gana, a África do Sul ainda é uma referência histórica no mercado de ouro, com 100 toneladas produzidas. O país enfrenta desafios como altos custos de produção e conflitos trabalhistas, mas segue como ator relevante no setor.
Caso consiga implementar reformas para melhorar sua competitividade e modernizar suas operações, a África do Sul poderá retomar uma posição de liderança no continente. É um mercado maduro, com know-how técnico valioso e infraestrutura já instalada.
Conclusão
O ranking dos maiores produtores de ouro do mundo em 2024 revela um cenário diversificado, com potências consolidadas como China, Rússia e Austrália, mas também emergentes estratégicos como Cazaquistão, Gana e Uzbequistão ganhando destaque. O ouro, mais do que nunca, é um instrumento de soberania, segurança econômica e influência geopolítica.
Seja como reserva internacional, ativo de proteção ou motor de desenvolvimento, o ouro segue brilhando no centro das grandes decisões econômicas do século XXI.
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