O que foi a campanha “Estou com Janja”?
Na quinta-feira (22 de maio de 2025), o PT lançou uma campanha em defesa da primeira-dama Janja Lula da Silva, após repercussão negativa de sua fala durante um jantar com o presidente chinês Xi Jinping. O motivo? Um comentário considerado inoportuno sobre os perigos do TikTok, que teria causado constrangimento diplomático.
Para rebater as críticas, o partido lançou a hashtag #EstouComJanja nas redes sociais, tentando transformar a narrativa. A ideia era criar um movimento de apoio à primeira-dama e reforçar sua posição sobre a segurança digital, especialmente para mulheres e crianças.
Engajamento digital? Quase inexistente
Apesar do esforço da equipe de comunicação, a realidade bateu mais forte que o algoritmo: até o sábado (24 de maio), a campanha mal apareceu nas redes.
- No Instagram, menos de 100 postagens usaram a hashtag.
- No X (antigo Twitter), menos de 30 mil visualizações, longe de qualquer trending topic.
Nem a base do PT entrou na dança. Literalmente.
A fala de Janja que gerou a crise
Segundo relatos da imprensa, Janja usou o jantar com Xi Jinping para comentar os riscos das redes sociais. Embora o presidente Lula tenha tentado minimizar o episódio dizendo que foi ele quem iniciou o assunto, a fala da primeira-dama foi classificada como uma gafe internacional.
Em entrevista posterior, Janja declarou:
“Não sou um biscuit de porcelana.”
Frase de efeito, mas aparentemente insuficiente para conquistar os corações (ou curtidas) dos internautas.
A oposição não perdoou
Enquanto a campanha murchava nas redes, a oposição capitalizava. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ironizou que, se Janja defende censura e prisão, dá pra imaginar o que pensa Lula. Já o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmou que o debate sobre regulamentação das redes sociais é difícil porque “os brasileiros não querem viver em uma ditadura”.
O que este episódio revela sobre a comunicação política?
O fracasso da campanha #EstouComJanja é um alerta importante: não basta ter discurso, é preciso ter conexão com o público. Se nem a base política se engaja, talvez o problema não esteja só no TikTok — mas na falta de timing, contexto e estratégia de comunicação.
Em tempos de redes sociais, a régua do apoio não está nos discursos de defesa, mas no engajamento espontâneo. E nesse quesito, Janja ficou devendo.
Conclusão
A tentativa de blindar a imagem da primeira-dama nas redes sociais se transformou em um case de baixa adesão política e digital. A campanha “Estou com Janja” pode até ter sido bem-intencionada, mas tropeçou no desinteresse geral.
Se a primeira-dama quer mesmo transformar o ambiente digital, talvez o primeiro passo seja conquistar o próprio público — e entender que, no Brasil de 2025, até a sinceridade precisa de storytelling e um bom editor de vídeo.
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